terça-feira, 16 de junho de 2009

Pare! Escute! E olhe! Entre jamais! Not now! Há obra a fazer


Ao que parece foi contida a vaga "à Trés Grande vitesse".
E, grande velocidade para quê? À custa de quem!? TTT para quê?! Quando ainda mal assentou o fundo (contaminado e já a provocar cheias em Sacavém), revolvido por tanta polémica em torno da Vasco da Gama!
Poderá a abordagem às grandes obras - pontes, aeroportos, TGV - ser encarada com a mesma leveza com que se abrem e fecham valas sem qualquer responsabilidade?!


1º ponto: Rapidez & Mitos na ligação Lisboa - Espanha

Quem disse que lá porque os espanhóis têm nós deveremos correr atrás já hoje!? Também Espanha tem um nível de Desenvolvimento e salários que aqui são ainda mera miragem ( próprias de desertos, e margens Sul!) E para aí sim, a todo o vapor!

Uma coisa é remodelar e redefinir a linha Lisboa-Barreiro; e Alcochete - Elvas/Caia, absurdo tremendo que é não existir até hoje por Évora, outra é afirmar que para isso se deva condenar o país a permanente subdesenvolvimento*.

2º ponto: Insuficiência da linha do Norte

Para além do desvio desta linha por uma ligação directa à fronteira via Évora (actualmente efectuada pelo Entroncamento e Ponte de Sor), a reanimação da linha do Oeste e depois a nova ligação à Beira Baixa e Alta pela linha da Serra a partir de Leiria ou Porto de Mós, muito contribuiria para uma maior fluidez, possibilitando o pleno potencial instalado aquando da caríssima remodelação da Linha do Norte - obra ainda em mortório.
A ligação Aveiro - Espanha por Celorico ganha também mais espaço para o transporte de mercadorias, solução que importa reequacionar.
Melhorar a linha costeira a Norte é descongestionar e servir populações com viabilidade.
Redistribuir, renovar, usar melhor o que existe já, é a chave.

3º ponto: Inovação Territorial e Gestão de Recursos, procura-se!

Com o novo aeroporto (onde valeria (muito) a pena reconsiderar a base do Montijo + Portela), continua a não fazer sentido:
- a inexistência de uma ligação ferroviária directa e célere de Lisboa à fronteira
- a justificação de uma nova ponte; e de um ramal de ligação ferroviária
- a pressa de colocar, sem Criatividade, pessoas em Lisboa-cidade

Incompreensível (mas afirmado possível), constitui o maior enigma do projecto: Fazer de Novo... Mais, do mesmo!
Urgente, óbvia e indissociável, é a ligação a Espanha. Mas porque não bastam 220/hora?

Invertendo a lógica de mais e mais... Mais novidade, mais caro, mais desperdício... Adaptando os Recursos que até aqui, ainda não se souberam rentabilizar, antecipando estratégias e desafios futuros credíveis, urge repensar a ligação do aeroporto à capital por barco e/ou por eléctrico de superfície ou pendular panorâmico na Ponte Vasco da Gama.
Imagina-se por acaso melhor porta de entrada que o Terreiro do Paço ou o Parque das Nações?!
Porque não começa o Turismo por estes passeios de barco ou eléctrico? Por outro lado, não estão as ligações rodoviárias já suficientemente sobrecarregadas? (para isso se diz precisar de uma nova ponte!) ou, acaso estará o estuário indisponível para novas travessias?

Sines por seu lado exige uma ligação que atenda às especificidades inerentes ao gigantesco investimento de um Porto de águas profundas.


Afinal, queremos verdadeiramente um só país a uma só velocidade? Saberemos, conseguiremos, apesar dos discursos, deixar para trás e de vez um país até aqui fr agm enta do?

É esta a verdadeira questão! O resto é artifício, e mais grave que continuar a perder o comboio (e muito mais do que isso)... É sistematicamente apanhar-se o comboio errado!


! Restam ainda as problemáticas questões da bitola ibérica e europeia, que Espanha se prepara para abandonar, e em que Portugal insiste em se enterrar...


* Fica a nota: Por alturas da Expo de Sevilha em 1992, o investimento na linha de velocidade (que não ainda o TGV) impediu até hoje Espanha de remodelar a sua rede ferroviária.
Seria bom aproveitarmos, por uma vez que fosse, o facto de nos encontrarmos em último, não cometendo erros já provados pela História e bem recente, pelo que faltas de memória (muito em voga) não convencem.


** Ao menos, e tal como se observa à esq. na imagem, ficam a servir estes buracos antes vias comunicacionais, para a fibra óptica chegar ao país profundo. Profundo e definitivamente Virtual..!

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